Aftermath - Genesis ( Aftermath - Genesis )

Título Original: Aftermath Genesis

Direção: Nacho Cerdà

Roteiro: Nacho Cerdà

País: Espanha

Ano: 1994

Duração: 31 Minutos

Produção: Waken Prods.

Tema: Gore/Necrofilia

Trilha Sonora: Lacrimosa

Classificação: 18 Anos

Elenco – Xevi Clollellmir, Jordi Tarrida, Àngel Tarris, Pep Tosar

Sinopse – Necrofilia explícita num filme quase sem nenhum diálogo. O diretor Nacho Cerdà produziu uma trilogia que abrange o nascimento (The Awekening, 1990) a morte (Aftermath, 1994), e o renascimento (Genesis, 1998). O filme também foi vencedor do prêmio de Melhor Curta Metragem no Fant-Asia Film Festival. Aftermath não é apenas violência gratuita, o fato de não ter diálogos força o expectador a reflexão sobre um tema ainda tabu entre a maioria dos ocidentais. Vale a pena conferir, e ficar chocado com essa grande produção de apenas 31 minutos.

Crítica do ID - Vanessão

Saindo da linha trash-comédia, esse post é sobre um filme que aborda um tema gore que a maioria das pessoas tem total repulsa: a necrofilia. É um filme de pequena duração, quase sem diálogos, mas que transcende completamente qualquer necessidade de comunicação. Apenas pela postura dos atores, sendo que um deles tem olhos extremamente expressivos, basta prestar atenção que tu praticamente entende o que se passa na cabeça do cara.

É uma produção espanhola (tenho que fazer propaganda da minha terrinha né?) completamente visceral e splatter até a ultima gota de fluido céfalo-raquidiano, com cenas bem realistas. Por muito tempo tive raiva desse filme, afinal, tendo trabalhado praticamente minha vida inteira em um necrotério, as piadas toscas eram uma constante entre meus amigos, até o momento em que eu dizia: “Olha, cara, cuidado. Todo mundo termina no inox. E quando for tu, eu estarei lá, te esperando.” Geralmente o assunto acabava aí.

Mas voltando a essa bela obra européia, é um curta-metragem, passando praticamente o tempo todo no necrotério e corredores do hospital. O funcionário, paramentado para necropsia, ou seja, não se vê o seu rosto, vai seguindo a rotina de procedimentos (sei bem como é isso) até que recebe o corpo de uma bela jovem.

Digo que era bela, porque não estava tão mutilado quanto o anterior, um sujeito estraçalhado que provavelmente morreu em um acidente de carro. É nesse momento que o filme toma a direção que culminará na tão esperada cena de necrofilia. O funcionário vai se empolgando com a moça, que afinal não era de se jogar fora, e após uns momentos de reflexão profissional, ao som de Mozart, o ápice do filme se dá com a relação sexual entre o dito funcionário do necrotério e o cadáver da mulher.

Um curta interessante, mostrando com cenas muito bem colocadas até onde pode ir a libido humana, e que, em determinados momentos, o que é repulsivo para alguns, pode ser o climáx do prazer para outros. Vale a pena, para aqueles que tem curiosidade ou até fascínio pelo tema.

Aos demais, se criarem coragem, irão se deparar com uma obra onde a perversão é apresentada sob uma ótica que mistura o grotesco com o sensível (por mais paradoxal que possa parecer).